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quarta-feira, 3 de novembro de 2010

A FIFA e seus Relações Públicas


A Fifa (maior entidade do futebol), cobrada para fazer mais projetos beneficentes em países considerados pobres, aproveitou a realização da última Copa do Mundo para pôr em prática um projeto envolvendo seus RPs.

Em Alexandra, uma favela considerada barra-pesada de Johannesburgo, África do Sul, foi escolhida pela Fifa para o lançamento de sua principal iniciativa de relações públicas durante a Copa, o "Football for Hope" (futebol pela esperança).

Num campinho de futebol, próximo a ruas com barracos, pobreza, a entidade anunciou um torneio que reuniu jovens de vários países, agrupados em 32 seleções. O torneio foi realizado entre os dias 4 e 10 de julho, véspera da final da Copa de 2010.

Neste ano, a Fifa se mostrou mais preocupada em deixar um legado social, para rebater às críticas que recebeu durante o maior evento do futebol.

A principal crítica estava relacionada com o preço dos ingressos, altos demais para a maioria dos sul-africanos. Teve também muita insatisfação quanto à obsessão por proteger as marcas dos patrocinadores da Copa, que afastou milhares de vendedores ambulantes das proximidades dos estádios.
Alexandra não foi escolhida à toa. Com 500 mil habitantes espremidos em 8 km2, registra altos índices de desemprego e criminalidade. A região assusta a elite de Johannesburgo sobretudo por estar colada a uma área nobre da cidade, Sandton.

As regras e as montagens das equipes foram feitas de forma que conseguissem uma inclusão e mensagem de paz. Um time contou com jovens de Israel e Palestina, outro de Bósnia e Sérvia, que estiveram em guerra nos anos 90.

A equipe da Austrália teve filhos de imigrantes (a xenofobia é um problema crescente no país). Uma equipe mesclada com adolescentes de Santana do Parnaíba (SP) e do Maranhão representou o Brasil no campeonato.

Foram jogos no estilo de futebol de cinco, com 12 minutos de duração. Contando reservas, cada delegação podia contar com oito atletas, metade de cada sexo. Para incentivar o espírito que os RPs pretendiam, não houve a participação de árbitros, com isso, as decisões eram tomadas de formas amigáveis e de bom senso .

A Fifa investiu US$ 4 milhões no torneio. Outras iniciativas de relações públicas da entidade foram feitas no país, como a construção de 52 campos de futebol com grama artificial em áreas carentes.

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